Sydney Opera House

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Aventuras na cozinha



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Um Natal sem peripécias culinárias não era Natal!

Estava combinado eu levar uma sobremesa para o jantar de Natal e eu andava há dias a sonhar com tarte de natas, por isso achei que era uma boa ideia. Na véspera fui ao supermercado abastecer-me dos ingredientes que precisava. Gente a correr pelos corredores, choques de carrinhos, prateleiras vazias, e filas, muitas filas. E no meio disto tudo, a tragédia - não havia folhas de gelatina! Ainda olhei para a gelatina em pó mas decidi não arriscar.
Fiquei parada no meio do corredor a pensar numa alternativa até que tive a ideia brilhante de fazer uma pavlova. Afinal até é uma receita típica do Natal na Austrália... Que me lembre só tinha feito pavlova uma vez, o que é que podia correr mal? 
Tudo parecia bem até ter posto o tabuleiro no forno. Entretanto, tinha que voltar a sair para ir comprar um prato (don't ask...) e ele estava a apressar-me porque queria ir cortar o cabelo. Acabei por desligar o forno um pouco antes da hora prevista e saímos. Quando voltámos vimos o resultado da pavlova. Pelos vistos não coseu bem e houve um grande colapso no centro. Tão mau que não dava mesmo para disfarçar. Um desastre!
Eram 4 da tarde, o jantar era às 7 e eu comecei a entrar em pânico. Não tinha ingredientes para fazer outra coisa, não queria voltar à confusão do supermercado e já não me sobrava muito tempo. Felizmente a mercearia do chinês do outro lado da rua estava aberta e tinha ovos! Nova mudança de planos e a sobremesa passou a ser um pudim. Desta vez correu bem, estava uma delícia e toda a gente gostou. Vamos ignorar o facto de eu ter comprado um prato redondo e o pudim ser rectangular…

E para que não pensem que estas coisas só me acontecem a mim, no almoço do dia 25 havia um cheesecake que virou uma espécie de mousse, porque a cozinheira também não encontrou folhas de gelatina e arriscou com a gelatina em pó. Ainda não percebemos se estava esgotado por ser Natal ou se não se vende mesmo gelatina em folha na Austrália…

Peripécias à parte, tivemos um bom Natal. Comemos bacalhau, camarão, peru, o belo do fiambre e sobremesas que nunca mais acabavam. Telefonemas à família, skype com os bebés, prendinhas na mini-árvore, consoada e almoço de Natal em boa companhia. Não tivesse chovido o dia 25 inteiro e tinha sido perfeito! 
Para o ano há mais! :)

Note to self



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Da próxima vez que planeares fazer uma receita com um ingrediente específico que nunca compraste na Austrália, não esperes até à véspera do evento para ires ver se há no supermercado local.

Bom, mudança de planos...

Natal



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Este ano demorei um bocadinho a entrar no espírito Natalício.
Talvez tenha a ver com o facto de estar calor e o meu cérebro achar que ainda é
Agosto, ou com o facto de estarmos longe das crianças que entretanto chegaram à família (que ainda são pequeninos para perceber o que é o Natal, mas mesmo assim gostávamos de estar com eles nestes dias).

Mas assim que soube que ia dar o "Sozinho em Casa" na noite de 24 senti-me logo melhor. Afinal o Natal aqui não é assim tão diferente do de Portugal :)

2014 no nosso frigorífico



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Quando chego a casa vejo sempre o correio. Já me habituei aos quilos de publicidade que entopem a pequena caixa e por isso normalmente dirijo-me logo ao balde da reciclagem com um molho de papel na mão, mas no outro dia, no meio dos 1001 folhetos de supermercado, encontrei um calendário de 2014 com íman.
- Olha que útil! - pensei
E levei-o para pôr no frigorífico.

Dias depois, chega ele a casa com outro calendário do género na mão e vai pô-lo no frigorífico, ao lado do outro. A cena repete-se e quando dou por mim tenho calendários na cozinha para dar e vender!
Haverá alguma promoção deste tipo de publicidade ou todas as imobiliárias tiveram a mesma ideia este ano?

Simplificar



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Antes de virmos para a Austrália já vivíamos juntos há uns anos, tínhamos comprado e mobilado uma casa pouco tempo antes e por isso tínhamos um volume considerável de tralhas coisas.
Quando decidimos vir para a Austrália fomos obrigados a simplificar. Reduzimos as nossas posses ao essencial e trouxemos connosco apenas uma (grande) mala cada um.

Fomos viver num T0, sem espaço para acumular muita coisa e mesmo assim ao fim de 2 anos o que não nos parecia quase nada afinal por pouco não cabia no espaço de arrecadação que alugámos para os meses que íamos estar fora.

Quando chegámos a Portugal e voltámos à nossa casa, a primeira coisa que me fez confusão foi a quantidade de coisas inúteis que fui encontrando em cada gaveta que abria. Então no segundo dia das férias já estava a inspecionar tudo e a encher sacos com coisas que já não me interessavam.

É que tornar-nos nómadas tem destas coisas, andamos com a casa às costas e por isso aprendemos a viver com menos e a ser mais selectivos nas coisas que achamos que nos fazem falta. E o essencial, que antes era uma casa cheia de coisas, hoje é apenas uma mala de roupa, um computador com acesso à internet e um conjunto de memórias. E não é que até sou mais feliz assim?

Aventuras nos transportes III



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Eu não me considerava uma má condutora. Em Portugal fazia a minha vidinha normal, conduzia todos os dias e nunca tive nenhum acidente. Sempre fui super cuidadosa e atenta na estrada.

Desde que vim para a Austrália, virei uma naba ao volante. Primeiro por causa da mudança de mão. Cheguei a conduzir o nosso primeiro carro algumas vezes mas levava sempre com o pendura a dar dicas - "olha que estás muito próxima dos espelhos", "põe-te mais no meio da estrada", "olha que não é por aí, onde é que vais?" - e conduzir passou a ser uma actividade demasiado stressante para mim.

Depois eram os caminhos. O meu sentido de orientação, que já era péssimo, piorou um pouco com estas ruas de zonas residenciais todas iguais, casinhas gémeas umas a seguir às outras, poucos pontos de referência, uma complicação! Posso fazer o mesmo percurso dezenas de vezes e se tiver que explicar o caminho continuo a não o saber fazer.

Para ajudar, o carrito maneirinho que tínhamos inicialmente, foi rapidamente trocado por uma ute, o carro mais horrível de conduzir que já me passou pelas mãos. Ele adora-o, que tem muito espaço para as ferramentas, que tem estilo, que é um V8... Já eu não lhe posso pegar. É que além de ser um carro comprido, também é baixinho, o que o faz com que eu acabe sempre por tocar no passeio em qualquer lado, nas minhas tentativas atabalhoadas de o estacionar.

No outro dia, com os nervos de ter tocado outra vez no passeio, perdi a concentração e fui enfiar-me na rua em contra-mão. Felizmente foram só uns metros e não apanhei ninguém de frente mas não ganhei para o susto e jurei para nunca mais. Ele ralhou comigo mas lá me perdoou por lhe ter posto (mais) um risco na sua preciosa ute, e continua a insistir que tenho que conduzir mais vezes para me habituar. Mas eu tenho sérias dúvidas que algum dia me vá habituar a conduzir o raio deste carro...

Carr(inh)o n˚ 1
Carro n˚ 2

Novo visual



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Não, não se enganaram no site.
O blog mudou de cara mas o conteúdo é o mesmo. Curiosidades do dia-a-dia down under, as nossas peripécias por cá (ou as minhas, para ser mais precisa), passeios, desabafos e comemorações, o do costume!
Apenas estávamos a precisar de mudar porque o layout anterior, escolhido há quase 3 anos, já estava ultrapassado. Espero que gostem do novo visual :)

Como a Austrália me tornou numa "chica-esperta"



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Já deve ser do conhecimento geral a minha capacidade de atracção de problemas estúpidos. Mas quem me conhece bem sabe que, apesar do meu habitual ar sereno, também sou capaz de rodar a baiana se me tentam enganar.
Ora aqui na Austrália já tive que resolver um sem fim de problemas burocráticos e chatices, nunca causados pela minha pessoa. Além das mil e uma situações com o processo do visto, deixa cá ver com que mais tive que me chatear:
  • A imobiliária queria que pagássemos o gás dos vizinhos todos
  • Outra imobiliária recusava-se a devolver-nos uma parte do bond (a caução) com acusações falsas de rendas em atraso. Esta foi particularmente chata de resolver porque estávamos em Portugal, demoraram uns 2 meses mas lá nos devolveram o dinheiro. Nenhum pedido de desculpas pelo erro deles, nada.
  • O meu empregador deu o meu nome para a Super com uma letra a mais e eu tive que andar com formulários de mudança de nome e a certificar documentos e mandá-los pelo correio para poder resolver o problema.
  • O embróglio com a companhia do telefone para mudar o nome da conta
  • O funcionário que me activou a conta da Internet num nome diferente do meu (again!) e que me obrigou a ficar com um username com nome de outra pessoa, porque agora já está associado à conta e não dá para alterar. Grrrr!
Mas isto não ia ficar por aqui, a minha vida precisa deste tipo de emoção constantemente.
Então há um mês atrás fiz o novo contrato de Internet. Para não variar, houve uma série de problemas com a encomenda do serviço e depois a tal confusão com o meu nome e username. Eu já estava chateada com aquilo, mas esta companhia dava-me um desconto por já ser cliente com o telefone e por isso continuei com eles. Mas heis que 15 dias depois da instalação recebo uma factura de $170 para pagar. Aquele valor não podia estar certo mas a factura não vinha discriminada, dizia apenas "despesas".
Mais uma vez lá tive que ligar para o call-center e falar com vários operadores até encontrar alguém que percebia do assunto. Estavam a cobrar-me coisas indevidamente, tal como eu suspeitava. Mas com a minha calma e poder de persuasão (que nem sei onde fui buscar), acabei a chamada com um desconto não só do que estava a ser mal cobrado, mas também do valor da instalação, como compensação pelos problemas anteriores. Foram $98 que voltaram para o meu bolso.
Pergunto-me quantas pessoas não pagam e calam sem saber que estão a ser roubados...

E eu, que já trabalhei numa área de apoio ao cliente onde lidava com reclamações diariamente e que não podia com aquelas pessoas que se achavam no direito de exigir o que quisessem sem razão nenhuma, agora virei um deles.

Aventuras nos transportes II



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Ia eu uma tarde no autocarro para a cidade, quando entram dois homens com ar de sem-abrigo, mau aspecto, a falar alto e com um bafo a álcool que se topava a milhas.
Sentam-se em bancos diferentes (não por falta de lugares) e lá vão conversando aos berros um com o outro, com aquele discurso enrolado de quem está com os copos.
Admirei-me por o motorista não os ter posto fora, já vi outros expulsarem passageiros por menos...

Entretanto, um deles pergunta a um passageiro que mexia no telemóvel, se podia fazer uma chamada.
- Deixei o telefone em casa e não tenho como falar com o meu amigo. Podes marcar aí um número para mim? - perguntou o bêbado
- Está bem, qual é o número? - responde o passageiro
E nisto vejo-o marcar o número e passar o iphone para as mãos do bêbado com a maior descontracção.
Ele lá, aparentemente, falou com o amigo e devolveu o iphone ao dono.

Das duas uma, ou eu ando a perder a fé na humanidade e já só vejo os defeitos e os perigos, ou há pessoas muito mais amáveis e compreensivas do que eu. É que passar um objecto pessoal (e de valor) para aquelas mãos era a última coisa que eu faria...

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