Sydney Opera House

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Viajar com um bebé



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O ano passado não pudemos ir a Portugal e tínhamos decidido que em 2016 não íamos falhar. Entretanto engravidei e combinámos que depois de ela nascer, se tudo estivesse a correr bem marcávamos as viagens depois das primeiras semanas e íamos passar o final a licença de maternidade junto da família.

E assim foi, depois da fase de adaptação e de tratarmos da burocracia necessária, voámos para Portugal, tinha ela dois meses.

Confesso que a ideia de uma viagem tão longa com um bebé me assustava. E se a pressão nos ouvidos a incomoda e ela chora a viagem toda? E se há algum imprevisto e nos atrasamos numa das escalas? E mudar a fralda no wc minúsculo do avião? E o jetlag? Mas a vontade de estar perto da família falou mais alto e lá fomos nós para mais uma aventura.

Ficam aqui algumas dicas para que a viagem com um bebé seja tranquila:
  • Em voos de longa distância, marcar um lugar com berço. Estes ficam nas primeiras filas entre cada secção do avião, têm mais espaço para as pernas e o berço é colocado na parede em frente. Se o avião tiver a configuração de 3-4-3 lugares e viajarem 2 adultos com o bebé, marquem os lugares do lado da janela. Se o avião não for cheio é provável que o terceiro lugar esteja vago (aconteceu-nos 2 vezes).


  • Dar de mamar, biberon ou chucha durante a descolagem e aterragem, para minimizar o desconforto da pressão nos ouvidos do bebé. Por precaução nós também levávamos "Baby Panadol" na mala de mão, mas não foi necessário.
  •  Levar mudas de roupa para os pais e bebé na bagagem de mão em caso de acidentes.
  • Vestir o bebé com roupa prática e fácil de despir, pois o espaço nos wcs do avião é apertado e nem sempre é tarefa fácil. Nós optámos por babygrows com zip na frente e quentinhos para o avião.
  • Planear para chegar ao aeroporto muito antes da hora e se possível fazer o check-in online. A probabilidade de haver algum atraso com um bebé é muito maior pois há sempre imprevistos (bebé com fome, acidente de fralda, etc).
  • Levar o bebé num marsúpio/sling para ter as mãos livres para as malas. Os aeroportos geralmente têm carrinhos que se podem usar enquanto esperamos pelo voo, mas nem sempre são apropriados para bebés muito pequenos.
  • Se o bebé beber fórmula, pode-se levar água nos biberons e a fórmula necessária para a duração da viagem. As restrições de líquidos não se aplicam a bebés.
  • Peçam ajuda! Pela nossa experiência as hospedeiras e staff dos aeroportos estavam sempre prontos a ajudar e até os outros passageiros geralmente davam prioridade ou metiam conversa quando nos viam com um bebé.

Parto/Pós-parto na Austrália



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Como já tinha explicado neste post, fiz todo o acompanhamento da minha gravidez pelo sistema público, com uma equipa de parteiras do meu hospital (Midwifery Group Practice).
Fiz todas as consultas com a mesma Midwife e conheci as outras da equipa para o caso de a minha estar de folga no grande dia (o que acabou por acontecer e o facto de já ter conhecido a outra Midwife antes fez-me sentir muito à vontade).

O meu parto correu bem, apesar de ter sido mais rápido do que esperava, o que fez com que não tivesse tido possibilidade de levar a epidural. Aqui há uma série de opções para o alívio das dores do parto e eu ia com mente aberta para experimentar algumas delas, mas achava que ia acabar por pedir a epidural. Afinal não houve tempo mas na altura, depois do choque inicial, só pensei "vamos a isto" e lá me safei.

Depois de ela nascer a Midwife perguntou-me se queria ir logo para casa (prática comum entre as pacientes do Midwifery Group Practice), mas como a amamentação ainda não estava estabelecida fiquei no hospital 2 noites. Tivemos a sorte de a maternidade estar cheia e haver poucas camas disponíveis, pois pudemos ficar num quarto privado que foi o primeiro a vagar. Assim pudemos ficar os dois no hospital, se eu estivesse num quarto duplo o pai tinha que sair durante a noite.

Durante a estadia no hospital fui acompanhada pelas Midwives de serviço e a minha Midwife também me veio ver, assim como a que fez o parto.
Quando saí do hospital passei a ter as visitas da minha Midwife em casa durante 2 semanas. Ela pesava a bebé, ajudava com a amamentação, esclarecia as nossas dúvidas e acompanhava o meu estado emocional e recuperação física. Estando longe da família e sem qualquer experiência com bebés, ter uma pessoa tão disponível e sempre à distância de um telefonema fez toda a diferença. Confesso que até me custou um bocadinho quando tivemos que nos despedir duas semanas depois, pois criámos uma relação de amizade especial.
Depois das duas semanas tive uma visita de uma enfermeira materno-infantil, que veio a casa conhecer-nos e ver a bebé. Fiquei maravilhada com todos estes serviços gratuitos disponíveis através do sistema de saúde público. Para uma recém-mamã não ter que sair com o bebé para o centro de saúde durante as primeiras semanas foi óptimo. Depois da primeira visita em casa já passámos a ir ao centro de saúde.


Outros serviços disponíveis também importantes nesta fase:

  • Breastfeeding Clinics: Os Early Childhood Medical Centres têm um dia por semana dedicado à amamentação. As mães (e pais) podem aparecer sem marcação e aguardar a vez para falar com uma enfermeira/conselheira de amamentação. Ali podem esclarecer dúvidas, receber conselhos sobre a amamentação, pesar o bebé, etc.
  • Tresillian /Karitane: Estes centros são especialmente dedicados a problemas de sono dos bebés (são os chamados Sleep Schools), mas também de amamentação, criação de rotinas e apoio emocional para os pais. Os serviços incluem Day Stays, em que mãe (ou pais) e bebé passam o dia no centro onde são acompanhados por uma enfermeira especializada e Long Stays, que são 3 ou 4 noites no centro. Este serviço também é gratuito mas tem que ser encaminhado por um profissional de saúde, como o médico de família ou enfermeira materno-infantil.

Ser mãe



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O tempo voou nestes últimos meses. Desde Maio que sou mãe e às vezes ainda me custa acreditar que a bebé esteve mesmo dentro da minha barriga.

Muita coisa aconteceu desde o último post. A barriga continuou a crescer. Às 34 semanas tivemos um pequeno percalço com direito a uma noite no hospital e conversa sobre a possibilidade de um parto prematuro. Felizmente não passou de um susto e a estadia no hospital até me tranquilizou por ficar familiarizada com o local e saber que estava em boas mãos. E foi meio caminho andado para eu dar corda aos sapatinhos e tratar dos últimos preparativos num instante!
Houve baby shower, houve muitos mimos dos amigos de cá e encomendas a chegar de Portugal cheias de coisas amorosas.
E às 38 semanas e meia tinha uma bebé perfeita nos braços.

Ser mãe tem sido uma experiência emocionante, cansativa e maravilhosa. O primeiro mês não foi fácil, com a adaptação às rotinas de um bebé, a privação de sono e as saudades da família, mas aos poucos fomos-nos conhecendo, nós aprendemos com ela e ganhámos confiança enquanto pais, e a nossa menina preencheu o seu lugar cá em casa.

Claro que ter um bebé pequeno implica algumas preocupações, noites mal dormidas nos primeiros tempos, uma logística diferente para sair de casa, e o número de máquinas de roupa aumenta consideravelmente, mas depois também há os sorrisos, as gracinhas, e um amor que realmente é mesmo difícil de explicar.
Já não imaginamos a nossa vida sem ela 

Ele e o futebol



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Eu não ligo nada a futebol. Não me interessa, não percebo as rivalidades e piadinhas entre os clubes, não tenho pachorra. Já ele, apesar de não ser fanático, gosta de acompanhar o seu Benfica mesmo do outro lado do mundo.

Então quando há jogos importantes, é vê-lo pôr o despertador para tocar de madrugada e levantar-se para ver o jogo ou pelo menos ouvir o relato. O nosso acordo é que ele pode ouvir o jogo à vontade, mas com os phones nos ouvidos e em silêncio para não me acordar. Claro que isso raramente acontece e eu acabo por acordar com os comentários ou festejos de golo em voz alta.

Esta noite não foi excepção. Acordei com ele a festejar um golo ao meu lado e ouvi-o a falar sozinho enquanto tomava o pequeno almoço antes do trabalho. Saiu antes das 6 da manhã e eu pensei que ia dormir mais um bocadinho, mas enganei-me. Descobri que temos vizinhos tugas no prédio ao lado quando continuei a ouvir os comentários do jogo depois de ele ter saído. Ai a minha vida...

Gravidez na Austrália



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Quando soube que estava grávida, depois da euforia inicial veio a preocupação do "e agora?". Apesar de já termos falado e pesquisado sobre o assunto muito antes, e de eu achar que estava muito bem informada, afinal ainda havia uma série de coisas que não sabia como funcionavam na Austrália. Uma das coisas que me fez mais confusão foi a quantidade de opções disponíveis para o acompanhamento da gravidez e parto, e o facto de termos que escolher uma delas logo desde cedo.
Na verdade acho que é óptimo que existam opções para todos os gostos e carteiras, mas foi um bocadinho intimidante tomar essa decisão.

No sistema público os custos da gravidez são quase nenhuns. As consultas, exames e ecografias são quase todos cobertos pelo Medicare. No entanto, há uma série de opções disponíveis:

Sistema Público - Antenatal Clinic
Este é o acompanhamento que a maior parte das grávidas que optam pelo público recebe. As consultas são na Antenatal Clinic do Hospital, onde as grávidas são atendidas ou por uma parteira (midwife) ou por um obstetra. Aqui a grávida não recebe o acompanhamento do mesmo médico/parteira durante toda a gravidez, é atendida por quem estiver de serviço nesse dia, tal como no parto.

Sistema Público - Shared Care
Para quem prefere um acompanhamento mais personalizado dentro do sistema público, há a opção de fazer o acompanhamento da gravidez de forma partilhada, entre o GP (médico de família) e o Hospital. Para isso é preciso que o GP escolhido tenha especialidade nessa área. Assim, algumas consultas serão no consultório do GP, outras no Hospital da área de residência da grávida. O parto é efectuado pelas parteiras/obstetra que estiverem de serviço nesse dia no Hospital.

Sistema Público - Midwifery Group Practice
Alguns hospitais têm um serviço chamado Midwifery Group Practice, em que um pequeno grupo de parteiras recebe um certo número de grávidas por mês, com quem fazem um acompanhamento mais personalizado. A grávida é atribuída a uma parteira (normalmente trabalham em equipas de duas) que fará todo o acompanhamento da gravidez e estará on-call para o parto.
Este serviço só está disponível para gravidezes de baixo risco, já que o acompanhamento é feito apenas pelas parteiras e a grávida só será encaminhada para um obstetra em caso de alguma complicação. No entanto, todos os casos são supervisionados por um obstetra do Hospital. As vagas são limitadas por isso é preciso fazer a inscrição o mais cedo possível.

Sistema Público - Birth Center
Este serviço é indicado para quem pretende ter um parto o mais natural possível, com o mínimo de intervenções médicas e sem anestesia, num ambiente mais familiar e com menos ar de hospital (embora seja localizado dentro do Hospital).
Como o acompanhamento e parto são feitos apenas por parteiras, também é um serviço que só está disponível para gravidezes de baixo risco e que requer inscrição desde cedo.
Em caso de complicações no parto, a grávida terá que ser transferida para o bloco de partos (Labour Ward), já que o Birth Center não está preparado com todos os equipamentos médicos que podem ser necessários.

Sistema Privado
Quem opta pelo sistema privado geralmente tem seguro de saúde com cobertura de gravidez, e deve ter em conta o período de carência (normalmente 12 meses).
A grávida deve escolher um obstetra para a acompanhar durante toda a gravidez e no momento do parto. O parto será num Hospital com quem o médico escolhido trabalhe, que tanto pode ser público ou privado.
Em termos de custos, além do seguro de saúde a grávida tem que pagar a taxa do obstetra e anestesista para o parto e todas as consultas e exames. O seguro apenas cobre a estadia no Hospital, que geralmente garante um quarto privado.


Sobre a nossa escolha
Sendo que eu não tinha problemas de saúde, que sempre tivemos boas experiências anteriormente no sistema público, e que para mim era importante que o parto fosse num hospital público, decidimos que essa seria a melhor opção para nós.
Inicialmente pensei optar pelo Shared Care e manter o acompanhamento com a GP querida que já conhecia há algum tempo. Mas quando fui marcar a consulta para confirmar a gravidez descobri que ela tinha mudado de centro de saúde e por isso tive que mudar de médica, e esta nova não faz acompanhamento da gravidez.
Para mim era importante ser seguida pela mesma pessoa durante todo o processo, por isso quando ouvi falar no Midwifery Group Practice do Hospital na minha área de residência liguei logo para me inscrever. Demorou umas 3 semanas até saber que tinha sido aceite no programa. Conheci a minha Midwife por volta das 15 semanas de gravidez e tenho o número de telemóvel dela para ligar sempre que precisar, o que me deixa mais descansada. Depois também vou ter apoio em casa nas semanas após o parto, o que é óptimo para quem é inexperiente e está longe da família.

Para já estou muito satisfeita com o acompanhamento que tenho recebido. As consultas têm corrido bem, o Hospital parece estar bem equipado e temos à nossa disposição uma série de aulas e workshops sobre a gravidez, preparação para o parto, amamentação, etc.

5 anos de Austrália



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E parece que foi ontem que chegámos cá, sem ter ideia do que nos esperava, sem saber se ficávamos mais do que os 6 meses com que nos tínhamos comprometido inicialmente. E ficámos! Superámos algumas dificuldades no início, adaptámo-nos a novas rotinas, a uma nova cultura e forma de estar, fizemos novas amizades, encontrámos a estabilidade que procurávamos e hoje, apesar das saudades, sentimo-nos em casa.

Não sabemos o que o futuro nos reserva, mas não temos dúvidas que a decisão de vir para cá há 5 anos atrás foi a melhor que podíamos ter tomado. Que venham outros 5 de novas aventuras!

♥ 25 semanas



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Não sei como é que o tempo passou tão depressa, mas já vamos nas 25 semanas e faltam apenas 15 para a chegada da nossa bebé.
Os últimos meses têm sido cheios de planos, sonhos e dúvidas. Tantas decisões importantes para tomar, tanta coisa para resolver e o tempo a voar. Fazemos o acompanhamento da gravidez no público ou no privado? Mudamos para uma casa maior ou ficamos nesta mais algum tempo? Dividimos a licença de maternidade? Que nome escolhemos para a nossa filha? Que tipo de carrinho vamos comprar? E o berço?
Sinto-me tão desorganizada! Tenho várias listas de coisas que precisamos de comprar e resolver mas temos andado tão ocupados com o trabalho e vida social que está difícil de ir riscando items da lista. E o tempo a passar...

Por outro lado fui abençoada com uma gravidez de baixo risco e quase sem chatices. Não houve enjoos no primeiro trimestre, nem desejos esquisitos nem grande cansaço. Só agora é que começo a notar o peso da barriga e dos kilinhos que vieram com ela (que convenhamos até me faziam falta, não precisavam era de ter vindo acompanhados da celulite que se alojou no meu rabo).

Inscrevi-me nas aulas de Yoga para grávidas do meu Hospital para ver se me mexo um bocadinho. Era Yoga ou Belly Dancing e eu, com a minha falta de jeito para qualquer uma delas, achei que fazia menos figuras ridículas no Yoga. Estava tão enganada! Comecei quando a barriga ainda mal se via e tinha a graciosidade de um elefante, mesmo quando comparada com as outras em final de gravidez que se equilibravam e movimentavam sem esforço.
Desporto não é comigo e normalmente vou contrariada, mas confesso que me sinto sempre melhor depois da aula de Yoga. Claro que, preguiçosa como sou, a minha parte preferida é a do relaxamento no final da aula. Gostava tanto que o bichinho do exercício físico pegasse e se mantivesse, mas acho que não vai acontecer... Espero que a genética me ajude a pôr tudo no lugar depois do parto.

Nova aventura na Austrália



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Quando viemos para cá, há quase 5 anos (!), estava longe de imaginar que um dia me ia tornar Australiana.
Também nunca tinha pensado que ia viver a minha primeira gravidez aqui, longe da família mais próxima. Mas com o tempo a Austrália passou a ser (também) a nossa casa, e à medida que crescemos como casal, foram surgindo novos sonhos e objectivos comuns. E afinal a nossa maior aventura na Austrália não foi aquela que iniciámos em 2011 quando decidimos emigrar, vai ser a que se está a desenvolver agora na minha barriga.


Em Maio vamos passar a ser 3 
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