Sydney Opera House

Sydney Opera House

Christmas in Sydney



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Quando morávamos em Portugal, os primeiros fins de semana de Dezembro marcavam o início das nossas tradições de Natal: montar a árvore, dar um passeio pela baixa da cidade para ver as luzes e ir deitar moedas ao presépio dos bombeiros.

Por cá o Natal é um bocadinho diferente e as nossas tradições também. Para já é Verão e apesar de nem sempre estar sempre sol, há sempre calor, o que ainda é uma coisa que me custa associar a esta época do ano, apesar de este já ser o 4º(!) Natal que passamos cá. Depois não há presépios dos bombeiros nem as iluminações tradicionais em todas as ruas.

As novas tradições natalícias começam por comprar os presentes para a família e pô-los no correio no início de Dezembro. Depois, nos fins de semana até ao Natal, vamos fazendo os passeios para ver as coisas giras que há por aqui nesta altura:

Montras animadas do David Jones - O David Jones é uma das maiores e mais conhecidas lojas por aqui. Em Dezembro, as montras da loja da cidade têm cenários diferentes com marionetas animadas e músicas de Natal, que fazem as delícias de miúdos e graúdos.


QVB Swarovski Christmas Tree - No interior do Queen Victoria Building, há uma árvore de Natal enorme que se estende pelos 3 andares do edifício, decorada com 144,000 cristais Swarovski e 60,000 luzes.

Imagem daqui
Lights of Christmas - Um espectáculo de luz, cor e música, com animações digitais a cobrir a fachada principal da Catedral de St Mary. Este ano fomos logo ao final da tarde para apanhar o início do espectáculo com o coro de músicas de Natal na escadaria da igreja. Esta é a minha tradição preferida do Natal em Sydney!


Projecções em Town Hall - A fachada principal do edifício na George St é iluminada com cores vivas. Mais simples do que o de St Mary, mas ainda assim, um ponto de paragem obrigatório nas visitas nocturnas à cidade nesta época.

Imagem daqui
Lego Christmas Tree - Esta foi a novidade deste ano: uma árvore de Natal toda feita de Lego! Diz que levou meio milhão de peças de Lego, 5 pessoas e 1200 horas para a construir! Está na entrada do Westfield da Pitt Street. Muito giro!


Árvore de Natal de Martin Place - A tradicional árvore de Natal gigante. Este ano, tal como no último, a árvore tinha uma fita de leds interactiva onde passam mensagens que as pessoas enviam por sms.

Árvore de Natal em Martin Place (imagem daqui)
Carols in the Domain - O maior concerto de Natal que já vi! Bem, na verdade só o vi na televisão (dão a transmissão em directo) porque aquilo é um bocadinho confusão a mais, mas gosto das versões mais pequenas destes concertos de Natal, como o de Coogee onde íamos sempre quando morávamos naquela zona.

Imagem daqui
Darling Harbour Fireworks - Não é que os fogos de artifício em Darling Harbour sejam uma novidade, costuma haver fogos quase sempre ao fim de semana ao longo do ano (viva o luxo!), mas no Natal são ainda mais especiais.

Fogo de artifício em Darling Harbour (imagem daqui)
Por acaso este ano a semana do Natal até nem foi passada em Sydney, mas esse post fica para o ano. Venha 2015!

O dia em que Sydney parou



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Era apenas uma segunda feira normal, o centro da cidade com a habitual azáfama da manhã, muita gente na rua a caminho do trabalho ou das lojas. Em Martin Place, uma das zonas mais movimentadas do CBD era um dia normal para o staff e clientes do Lindt Cafe.
Até que, às 9:45 de uma segunda-feira normal, um indivíduo armado entra no café e inicia o que seria um dos dias mais longos e terríveis para quem lá estava, e de angústia para todo o país. Staff e clientes tornam-se reféns. 17 pessoas.

Uma bandeira islâmica aparece na janela. Fala-se em terrorismo e instala-se o pânico.
Na tv passam imagens em directo do local, muita especulação entre os jornalistas e comentadores, aparecem pacotes suspeitos em vários locais da cidade e possíveis ameaças de bomba.
A força policial cerca o local rapidamente, evacua-se grande parte do centro da cidade, os edifícios mais perto em lock-down até haver condições de deixar sair as pessoas em segurança.

Imagem daqui
Imagem daqui
O sequestro durou mais de 16 horas e infelizmente teve um final trágico. Além do criminoso, 2 inocentes perderam a vida naquela madrugada.
Ainda não se sabe ao certo o que motivou este ataque, já não se fala em terrorismo mas antes num acto isolado. Sabe-se agora que o autor do sequestro já tinha sido condenado por outros crimes na Austrália, era claramente um indivíduo perturbado e violento.

No dia seguinte, uma cidade ainda em choque tenta voltar à normalidade. Martin Place encheu-se de flores como forma de homenagem e respeito pelas vítimas.

Imagem daqui
Infelizmente ainda há muito preconceito e ignorância na Austrália (ainda que em minoria) e temem-se represálias contra a comunidade muçulmana após este incidente. No meio da tragédia surgiu uma campanha de solidariedade para com quem possa sentir-se intimidado devido às suas crenças religiosas no rescaldo da situação.
O hashtag #illridewithyou tornou-se viral, quando vários Australianos se ofereceram para acompanhar muçulmanos que tenham receio de andar nos transportes públicos sozinhos, e mostra que coisas boas podem surgir de situações horríveis.
Afinal a Austrália é um país de muitas culturas que na grande maioria se respeitam e vivem lado a lado de forma pacífica.

8 ou 80



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Uma das coisas que mais confusão nos fez quando viemos para cá foi a diferença nos horários das lojas e serviços. As lojas em geral fecham às 17h, alguns centros comerciais esticam até às 18h ou 19h e as 5ªs são Shopping Night,  o único dia onde se consegue ir a uma loja até às 21h (é a loucura!).

Lembro-me por exemplo daquela vez em que fomos ao cinema a seguir ao jantar e nos deparámos com um centro comercial deserto, sem um único sítio aberto para fazer tempo até à hora do filme. Nem sequer um café aberto! Aliás, os cafés em geral também fecham a meio da tarde, o que impossibilita aquela coisa de se combinar um cafezinho a seguir ao jantar. Aqui combina-se copos no pub, não há cafezinhos para ninguém!

Outra vez batemos com o nariz na porta do supermercado aqui da zona, um dia que fomos ao fim da tarde. Era Domingo e tinham fechado às 16h. Tivemos que ir ao da concorrência que fechava às 19h. Nunca mais deixámos as compras de Domingo para a última hora...

Com o tempo e as mudanças nas nossas rotinas habituámo-nos, até porque os dias aqui começam bem cedo e realmente não sobra muito tempo para sair durante a semana.

Mas depois vem o Natal e as lojas têm autorização para estarem abertas 24 horas. Vi ontem no telejornal que há centros comerciais que vão estar a funcionar em pleno vinte e quatro horas por dia até ao Natal. Sim, porque deve haver muita gente a ir comprar os presentes às 3 da manhã!
Ele há com cada uma...

One year wiser



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Chegou Novembro e com ele o meu aniversário. O dia esteve cinzento e com alguma chuva, para me lembrar de como era fazer anos em Novembro em Portugal.
O ponto alto do dia foi o jantar no Jamie's Italian, o restaurante do Jamie Oliver aqui em Sydney. Sabendo que há muito que eu lá queria ir, uns queridos amigos resolveram oferecer-me o jantar. Foi assim uma espécie de 2 em 1, para comemorar o meu aniversário e o aniversário de casamento deles.

O restaurante é bastante concorrido, por isso não deu para marcar mesa, mas como têm sempre uns lugares para quem não faz reserva, foi só aparecer e esperar que vagasse uma mesa para nós.
Como estava um bocadinho demorado, começámos por umas bebidas e polenta chips no bar da entrada, para enganar a fome enquanto esperávamos. Uma delícia!


Já na mesa, foi difícil escolher. O menu era bastante variado e tudo parecia delicioso.


Como é um restaurante italiano e sabendo que todas as massas são feitas no restaurante diariamente, tive que escolher um prato de massa. Já ele foi para a carne, que também não desiludiu. Claro que aproveitámos para meter o garfo no prato uns dos outros, e assim experimentar vários sabores do menu.

Honeycomb Cannelloni Three Ways
Grilled Free Range Pork Chop
Epic Brownie
A cozinha vista do andar de cima, aqui já a arrumar depois da azáfama do jantar.
O restaurante é muito giro, os empregados simpáticos e atenciosos e o ambiente acolhedor. A comida, tal como esperávamos, estava divinal. Sem dúvida uma experiência a repetir. 
Obrigada amigos, pelo maravilhoso jantar e boa companhia!

Imprevistos



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Este ano a viagem a Portugal em pleno mês de Agosto ia mexer com o nosso bolso e a compra de viagens a um preço aceitável parecia uma tarefa impossível.
Houve muita pesquisa, muitas semanas a comparar preços e datas e estávamos quase a adiar a partida para Setembro, e a aceitar que não íamos conseguir estar num primeiro aniversário onde a nossa presença era muito requisitada.
Depois tivemos a ideia brilhante de estudar diferentes itinerários, após uma conversa com um primo dele que já tem feito a viagem em partes separadas várias vezes.
Assim, num fim de semana de chuva passámos o dia de computador e telemóvel em punho, testando várias combinações possíveis, cada a um a pesquisar uma parte do percurso. Correu bem e encontrámos um preço total bem mais simpático viajando em 2 companhias diferentes. No final desse fim de semana tínhamos as viagens compradas para meio de Agosto.

A viagem para lá correu bem e nós todos satisfeitos com a poupança, mas para cá…tivemos um “pequeno” imprevisto que nos deixou a jurar para nunca mais.

Dois dias antes da data de regresso recebemos a notícia de que a primeira parte do nosso percurso tinha sido cancelado, pois havia greve dos pilotos da AirFrance. Lembro-me de ter ficado com um sorriso de orelha a orelha quando recebi o sms do voo cancelado, porque não me apetecia nada ir embora. Mas com a chatice dos dias seguintes para conseguir falar com alguém, a incerteza até termos uma nova data, o não saber se fazia ou desfazia as malas e a preocupação porque tínhamos um voo a seguir noutra companhia para apanhar, depressa o sorriso desapareceu.
A greve acabou por durar 2 semanas(!) e depois de muito stress lá nos mudaram para a KLM para conseguirmos vir embora, que por muito que nos soubesse bem prolongar as férias, não podíamos ficar indefinidamente à espera que os sindicatos se entendessem. Voltámos na data disponível seguinte, 5 dias depois do previsto. Com isto tivemos que alterar o outro voo, pagando uma taxa de alteração + a diferença para o preço actual (basicamente acabámos por pagar essa viagem outra vez). E é aqui que entra o tão importante seguro de viagem. Estávamos relativamente descansados porque sabíamos que podíamos accionar o seguro assim que voltássemos à Austrália, mas ainda assim custou um bocadinho ter que assumir aquela despesa logo à partida, além do stress adicional que o facto de trazermos esse assunto para resolver nos causou.

No fim tudo acabou bem. A alteração da viagem da Air France para a KLM fez com que apanhássemos uma looonga escala em Amsterdão. Vimos a coisa pelo lado positivo e fomos passear por umas horas :)



Depois em Kuala Lumpur marcámos a viagem para a manhã seguinte, em vez das 23h como estava previsto e ficámos a dormir num hotel junto ao aeroporto. Ainda pensámos em ir dar uma voltinha mas não tínhamos assim tanto tempo e vínhamos mesmo cansados, por isso a piscina ao final do dia e o restaurante do hotel souberam-nos pela vida (vamos ignorar o facto de eu só ter dado um mergulho rápido às escondidas do empregado da piscina, porque aparentemente o bikini não era um traje adequado).



Dormir numa cama nessa noite, já mais perto do fuso horário de cá, foi remédio santo para o jetlag!

Chegados à Austrália foi hora de apertar com a Air France para receber a compensação devida e accionar o seguro de viagem. Com calma a situação está praticamente resolvida e teremos em breve o dinheiro de volta na conta. Uff!

Moral da história: Distribuir a viagem por várias companhias pode sair mais barato sim, mas não é aconselhado a pessoas stressadinhas. Sei que a greve foi uma situação pontual, que se não a tivéssemos apanhado não tínhamos razão de queixa e que no fim tudo se resolveu, mas ainda assim não sei se me apetece repetir a experiência...

Felicidade é



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... apanhar os primeiros passos da sobrinha durante uma sessão de skype 


(e saudade também)

Casamentos na Austrália



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Este fim de semana houve casamento. Mais um dos primos australianos que deu o nó. Para nós, além da emoção e felicidade de partilhar estes momentos, é sempre interessante comparar as tradições e as variantes culturais deste tipo de eventos.

Este casal é muito especial, são ambos muito divertidos e com um estilo único, daí que eu já calculasse que este não fosse um casamento tradicional.
A noiva estava linda, muito elegante num vestido com um toque vintage. As damas de honor em vestidos compridos azul escuro com detalhes dourados, bem diferentes dos vestidos curtos em tons pastel habituais, complementavam a noiva na perfeição.

Fotos - TakenByTim
O noivo e respectivos padrinhos não lhes ficaram atrás, todos em tons de azul com detalhes bordeaux. Achei o máximo o pormenor dos relógios de bolso. Tinha tudo a ver com o tema!

Fotos - TakenByTim
A cerimónia foi numa pequena igreja em The Rocks e ambos chegaram a pé, pois tinham estado a arranjar-se numa casa lá perto. A igreja estava cheia de amigos e muita família (acho que nunca conheci uma família tão grande e tão unida como a dele). A cerimónia foi simples e muito bonita, com conselhos modernos do padre, textos lidos pela mãe do noivo e cunhada, a troca das alianças e terminou com a cerimónia da vela: os pais entregam uma vela a cada um dos noivos para que eles acendam uma vela comum, em representação da união das duas famílias.
Já casados, eles saíram radiantes e felizes, cumprimentaram cada um dos convidados à saída da igreja e tiraram umas fotos rápidas com a família. Depois...nada.

Exacto, depois da cerimónia havia um intervalo em que os noivos iam tirar fotos com as damas e padrinhos. O copo d'água era noutro local dali a 2 horas e os convidados, depois de dispensados pelo fotógrafo, ficaram todos ali sem saber bem para onde ir. Acabámos por nos separar em vários grupos, nós fomos para um bar ali perto fazer tempo. (Oi?)

Às 18 horas apanhámos um taxi e seguimos para o copo d'água, num restaurante no Jardim Botânico. Na nossa mesa, que reunia os primos tugas emigrantes, discutia-se a ementa - será que iam servir as várias entradas e pratos descritos ou seria intercalado como no outro casamento a que tínhamos ido? Serviram os pratos alternadamente por cada convidado, pois claro. A comida era em estilo gourmet, tal como no outro casamento: um prato enorme com uma coisita no meio. Estava uma delícia, mas muito diferente da quantidade de comida a que estamos habituados nos casamentos em Portugal (onde também chega a ser um exagero).

Durante o jantar houve discursos dos pais e dos padrinhos. Histórias da infância dos noivos, muitas piadas e um ou outro momento lamechas.
Cortou-se o bolo mas só para a fotografia porque na realidade ninguém o comeu. (Oi?) Abriram a pista de dança ainda antes da sobremesa, tal como no outro casamento. Um bocadinho estranho, porque depois foi ver os convidados a voltar para as mesas assim que se apercebiam que já lá tinham outro prato.
Havia uma mesa com fotos dos casamentos dos pais e avós dos noivos e o guestbook era um álbum onde cada convidado colava uma foto polaroid e deixava uma mensagem. Muito giro e tudo a ver com eles!
No final foram distribuidas as lembranças: uma caixinha com um pastel de nata. E em menos de nada eram 23h e acabava-se a festa com a despedida dos noivos. Ohh!

Primavera na Australia



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Depois de um fim de semana de sol e bom tempo, com máximas de 25 graus e malta já a rumar às praias, não esperávamos esta reviravolta.
De um momento para o outro o céu azul deu lugar a uma enorme nuvem cinzenta, ventos fortes, trovoada e chuva torrencial. Apenas uma pouco habitual tempestade de Primavera, como diziam nas notícias, nada de grave...

Crédito Imagem  
Houve raios a atingir o Centre Point...

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Estradas, túneis e estações de comboio inundadas...

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Água dentro do aeroporto (que entretanto foi encerrado)...

Crédito Imagem  
E neve nas Blue Mountains, que apesar de ter ficado digno de um postal de Natal não é um cenário adequado a esta altura do ano.

Enfim, o imprevisível tempo australiano volta a atacar. Se calhar temos uma vaga de calor e fogos florestais daqui a uma semana, who knows...

Home at last



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Há qualquer coisa de especial naquele momento em que, depois de uma viagem, voltamos a casa. Pôr a chave na porta, entrar, pousar as malas, tirar os sapatos.
Para mim, melhor ainda, desfazer as malas e voltar a pôr tudo no sítio: as escova de dentes no copo da casa de banho, o pijama debaixo da almofada, a mala pendurada no cabide do quarto, o carregador do telemóvel na tomada junto à mesa de cabeceira...
Só depois de estar tudo no lugar é que vem aquela sensação. Uma espécie de alívio e felicidade quando já cansados nos sentamos no sofá, pés descalços em cima do puff e nos sentimos finalmente em casa.

É estranho quando passamos a ter várias casas e esses momentos se repetem em sítios diferentes. Aqui ou em Portugal, a sensação é a mesma. Custa tanto dizer adeus aos de cá como aos de lá, mas depois temos a certeza de que vamos sempre a caminho de casa, independentemente da direcção em que vamos.

Este ano não estava previsto ir a Portugal no Verão, mas com o casamento da minha irmã, alterámos os planos. Estas férias foram tudo o que podíamos desejar: muito tempo em família, mimos dos sobrinhos, celebrações, cumplicidade, reencontros e amizade. 

Isto de estar longe tem que se lhe diga. As pessoas seguem as suas vidas e nalguns casos é inevitável o afastamento, não porque não fazemos falta, mas simplesmente por não estarmos presentes. Se não estamos lá em momentos importantes, perdemos as novas piadas, não acompanhamos todas as novidades e inevitavelmente há laços que aos poucos vão enfraquecendo. Este ano voltámos a estar presentes e isso foi muito importante para cultivar as amizades e os laços familiares, e tentar de alguma forma compensar a nossa ausência.
Saímos de lá com o coração cheio e chegámos aqui também felizes por voltar às nossas rotinas e aos amigos do lado de cá. Afinal é possível estar em casa em dois sítios diferentes 

As saudades que eu já tinha



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Verão em Portugal é sinónimo de feirinhas, festivais e concertos aos molhos. O ano passado fomos cedo e, com muita pena, não apanhámos a animação típica de Agosto no Algarve. Mas este ano não deixámos passar uma visita à Fatacil, onde nos deliciámos com o artesanato (é daquelas coisas a que só damos valor quando passamos a ser emigrantes), com os sabores que não encontramos na Austrália (que belas sandes de queijo da serra e presunto!) e com os sons Portugueses.

Apontámos a visita para o dia do concerto dos Xutos, uma das nossas bandas portuguesas de eleição. Não os víamos em concerto desde 2010 e o facto de estarmos longe fez com que nos alheássemos dos novos álbuns e novidades no panorama musical do país. Daí que na primeira parte do concerto não conhecêssemos a maior parte das músicas, ao contrário do que nos era habitual. Mas quando tocaram os clássicos, voltaram as memórias da nossa adolescência e dos sons que nos acompanharam desde o início da nossa relação. De repente, no meio da multidão a cantar em uníssono, estávamos em casa outra vez.

Faro mudou



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Muita coisa tem mudado na cidade onde vivíamos durante a nossa ausência. O ano passado lembro-me de ter ficado triste quando num passeio pela baixa descobri tantas lojas e restaurantes fechados, ruas desertas e turismo praticamente inexistente.
Este ano fomos agradavelmente surpreendidos por uma série de novos espaços que vieram dinamizar a baixa e atrair novamente os locais e visitantes para o centro da cidade. E claro que tivemos que ir experimentar alguns desses sítios!
Começámos pela Hamburgueria da Baixa e ficámos fãs. Um conceito diferente do que estávamos habituados em Faro, atendimento exemplar, pratos com boa apresentação e hamburguers deliciosos. Não desiludiu!


Foto daqui
Um espaço moderno e acolhedor. Chegámos cedo mas a sala encheu!
Hamburguer "à Pátria", com cogumelos e cebola caramelizada. Uma delícia!

Dali seguimos para um cafezinho noutro dos novos pontos de referência da cidade, o Baixa Caffé, na Rua de Santo António.
Um café diferente do habitual, atendimento 5 estrelas e grande variedade de pastelaria, comida e bebidas. Mais um espaço que nos surpreendeu pela positiva. É bom ver que nem tudo é crise e que ainda há quem arrisque novos negócios com conceitos diferentes, para animar a nossa cidade.

Foto daqui
Foto daqui
Foto daqui

1º aniversário



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Quando chegámos ao aeroporto fomos calorosamente recebidos pelo meu cunhado e sobrinha bebé. A miúda, que ainda não nos tinha visto ao vivo, reconheceu-nos das frequentes sessões de skype (viva as tecnologias modernas!) e esticou logo os bracinhos na minha direcção quando me aproximei. É uma bebé linda, cheia de energia e personalidade, e conquistou-nos aos dois deste o primeiro encontro.
Tivemos a sorte de ter férias ao mesmo tempo que eles e podermos passar muito tempo juntos para a conhecermos melhor.

A semana passada, a nossa sobrinha fez 1 ano. Há muito que a minha irmã andava a pensar na festa e me tinha "encomendado" a decoração, pedido a que eu acedi sem hesitar. E assim, depois de alguns dias de trabalhos manuais e na cozinha, montámos uma festa toda gira para o seu primeiro aniversário. A destacar o trabalho de equipa, pois toda a família ajudou um bocadinho a tornar este dia especial.

Ficam algumas fotos da festa das matrioscas, para a boneca da família:






Cansados mas felizes



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O ano passado, quando voltámos a Portugal depois de 2 anos e meio fora, corremos o país para visitar familiares e rever os amigos todos. Apesar de cá termos estado muito tempo, não tivemos muitos dias “livres”, sempre com uma agenda super preenchida: almoço com este, cafezinho com aquele, jantar com o outro. Uma canseira!

Este ano jurámos a pés juntos que não íamos repetir a gracinha. "Combina-se um jantar com toda a gente e fica tudo despachado" - pensávamos.
Mas afinal, não sei bem como, acabámos a fazer exactamente o mesmo. Quer dizer, tivemos que reduzir um bocadinho a lista dos felizes contemplados com a nossa visita, mas não conseguimos evitar a tal correria.
Por um lado é óptimo, são tantos almoços e jantares fora que dão para matar as saudades todas da boa comida portuguesa e dos nossos restaurantes preferidos. Por outro lado, abdicamos do dolce fare niente típico das férias, aquela coisa de não ter horários para nada nem saber em que dia estamos.
Juntam-se uns eventos familiares de extrema importância em que participo activamente na decoração e esqueçam lá as férias de puro relax.

3 semanas já passaram, restam outras 2 e meia. O tempo voa quando andamos entretidos! Já deu para ver muita gente, comer bem, fazer praia, compras, concertos e festas. Os pontos altos têm sido os momentos em família, enquanto aproveitamos para conhecer melhor os nossos sobrinhos. Depois de uns dias de bricolage e trabalho na cozinha, a mais recente aquisição da família teve um 1º aniversário digno de registo (post dessa festa em breve), segue-se o casamento da minha irmã na próxima semana. Acho que só relaxamos a sério na última semana das férias, depois de todas as festividades e eventos sociais.

Mas não nos queixamos, às vezes é cansativo mas adoramos cada segundo do nosso tempo por cá e não queremos pensar na hora de ir embora!
Aqui fica um resumo das últimas semanas:


Sobre a viagem



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Não é novidade que as viagens Portugal-Austrália são caras. Então para quem viaja nesta altura do ano, não há muito por onde fugir aos preços altos.
Este ano, para podermos estar presentes em eventos familiares importantes, tínhamos mesmo que viajar para Portugal em Agosto e a procura dos bilhetes foi coisa para nos deixar preocupados. Andámos a comparar preços durante meses e a estudar diferentes opções, até que um dia encontrámos uma boa solução, enquanto pesquisávamos opções de rotas no skyscanner. Na altura havia uma promoção da AirAsia para a Malásia e comprámos logo essa parte da viagem. Depois tratámos da outra "metade" do percurso e o resultado final foi um preço total mais simpático do que se tivéssemos comprado a viagem toda junta.
Claro que, sendo esta a primeira vez que comprávamos as viagens assim, não sabíamos como ia correr, por isso íamos cautelosos.

Pontos a considerar:
- A AirAsia é uma companhia low-cost, por isso tivemos que pagar as malas de porão que não estavam incluídas no preço do bilhete e ficámos um pouco mais limitados em relação ao peso que podíamos levar. Sendo uma low-cost, há uma série de outras coisas que não estão incluídas e têm que ser pagas à parte, como as refeições e snacks, kit de manta e almofada e até mesmo o entretenimento (tablet com filmes e jogos). Todas estas coisas podem ser reservadas online ou a bordo a preços baixos. Nós reservámos as refeições, levámos casacos e dispensámos o entretenimento porque queríamos aproveitar essa viagem para tentar dormir. Quanto às refeições, a reserva online é essencial, pois quem não reserva fica sujeito ao que sobra, o que como pudemos constatar não era muito...
- Não esquecer que pode sempre haver algum atraso no primeiro voo que comprometa os seguintes. Nós deixámos umas boas horas de escala na Malásia para garantir que tínhamos tempo de apanhar as malas, passar pela imigração, mudar de terminal e fazer novo check-in sem grandes stresses.
- Neste caso é sempre bom ter um seguro de viagem que cubra imprevistos, como a perda das malas ou de algum dos voos. Nós temos um cartão de crédito que inclui esse tipo de seguro, que usamos sempre para comprar viagens.

O modesto interior do avião da AirAsia
Instant Noodles, uma das poucas opções quando as refeições quentes acabaram
Os voos seguintes, na KLM pareciam um luxo em comparação. Acho que foi a primeira vez que realmente gostei da comida que serviram no avião, os lugares eram confortáveis e o entretenimento variado e actual. Muitos pontos positivos para esta companhia.

No geral não tivemos problemas com a viagem. Claro que o primeiro voo numa low-cost não foi tão confortável como o seguinte, mas não foi mau de todo e fez-se bem.
Só não aconselhamos este sistema a quem não está habituado a viajar ou a quem viaja com crianças pequenas, porque realmente o conforto não é o mesmo e há uma maior probabilidade de acontecer algum imprevisto. De resto, para quem quer poupar uns trocos nas viagens, esta é uma opção a considerar.

De volta a casa



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Quase uma semana depois de aterrarmos, o jetlag está finalmente controlado (estava difícil de acertar com os sonos desta vez!) e passada a confusão dos primeiros dias, entramos agora no espírito de férias.
Já deu para matar as saudades de casa, da família mais próxima e da comida. Agora começam as andanças para rever os amigos, conhecer os novos rebentos e visitar todos os familiares, com umas pausas no meio para praia e relax.

Tudo a correr bem e ainda não nos atrapalhámos com a mudança de mão na estrada, mas não nos safámos de cometer algumas gafes de emigrante:
  • Ele: Tenta pagar um café com dólares australianos no primeiro dia
  • Ela: Diz “thank you” ao senhor que lhe segura a porta no restaurante
  • Os dois: Ligam as escovas no carro em vez dos piscas

Antes de uma viagem de avião



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...evitar a todo o custo:

- Notícias da actualidade*
- Reportagens sobre desastres de aviação*
- Programas sobre Engenharia Aeronautica*


* Exactamente o género de programas que ele teima em querer ver ultimamente...

Diz-me onde moras, dirte-ei quem és



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Eu já sabia que por aqui havia as zonas dos "ricos" e as dos "pobres". E não estou só a falar do tamanho das casas ou da beleza da vista, mas também das diferenças no preço de coisas como a comida ou a gasolina em subúrbios diferentes.

Quando morávamos perto da praia, lembro-me perfeitamente de evitar o supermercado lá da zona, porque tinha preços bem mais altos do que o da mesma cadeia que ficava um bocadinho mais longe (a apenas 5 minutos de carro ou autocarro).
Também já tinha reparado que os preços dos medicamentos variam de farmácia para farmácia, não há aquela coisa de o preço vir marcado na embalagem. Daí que já tenha pago valores diferentes num medicamento que compro regularmente.
Mas não estava preparada para a surpresa que tive há dias, quando precisei de o comprar e, por mero acaso, me encontrava em Bondi. O mesmo produto ficou uns 30% mais caro do que se o tivesse comprado em Marrickville, onde costumo ir.

Dou graças a todos os santos por vivermos numa zona com preços mais acessíveis, mas constato que definitivamente não pertencemos à classe dos ricos...

Meu querido mês de Agosto



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* Agora sim, somos emigrantes à séria!

O ser humano no seu pior



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Acordámos com a notícia do voo MH17 e durante o dia não se fala de outra coisa.
Uma tragédia difícil de digerir, principalmente nesta altura do ano, em que vemos partir e chegar tantos amigos e conhecidos pela mesma rota. 
Não deixa de ser um choque perceber que a vida pode mudar num segundo, que há actos de uma maldade inacreditável e que ninguém está a salvo destes infelizes incidentes. Em Agosto vamos nós fazer o mesmo percurso, mas provavelmente já sem passar por aquele espaço aéreo.

Um dia muito triste para as famílias e amigos de todos os passageiros e tripulação que iam naquele avião...

Voltar a Casa



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Mas nem tudo é mau no nosso Portugalinho e nós, como bons emigras, sonhamos o ano todo com o regresso a casa, à família, aos cheiros e sabores que tão bem conhecemos...
Este ano tem passado a correr e já estamos em contagem decrescente para as férias em Portugal! Estava difícil de encontrar bilhetes a um preço convidativo, mas graças a uma promoção que apanhámos e à nova estratégia que adoptámos de comprar as viagens em 2 partes, conseguimos um preço relativamente simpático em pleno mês de Agosto!
Férias em Agosto no Algarve, oh que grande chatice! Daqui a 1 mês estamos de malas feitas para nos pormos a caminho.


Por outro lado...



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Acabo de saber que o único cinema da cidade onde morava em Portugal está em vias de fechar.
Por aqui fala-se muitas vezes na possibilidade de voltar (uns dias mais que outros), mas quando recebemos notícias destas não conseguimos deixar de admitir que em muitos aspectos, pelo menos para já, o país não nos pode oferecer a qualidade de vida que procuramos. É triste...
Mas também é por isso que agradecemos o privilégio de poder estar aqui e aproveitar tudo o que esta "casa longe de casa" nos proporciona.

Só na Austrália



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Só aqui é que uma pessoa recebe uma carta inesperada da companhia da electricidade, preocupa-se um bocadinho a pensar em aumentos e más notícias enquanto abre o envelope, para depois perceber que afinal os preços vão baixar!


A sério, este país não existe...

Diálogos improváveis



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Na cidade
Senhor asiático: Can you tell me the way to the train station?
Eu: Sure, just turn left on the next street.
Senhor asiático: Turn right?
Eu: Left.
Senhor asiático: Right?
Eu: Left!!!

No restaurante rodízio
Empregada brasileira: Are you guys Brasilian?
Eu: We're Portuguese.
Empregada brasileira: Então podemos falar Português!
Eu: Sim :)
Empregada brasileira: Where would you like to seat?

Blue Mountains



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Uma folga inesperada num dia de sol rapidamente se tornou um pretexto para irmos finalmente às Blue Mountains. Desde que viemos para cá que este passeio estava nos nossos planos e vinha a ser adiado. Mas connosco estes planos de última hora resultam sempre e assim, em pouco tempo, definimos o programa, preparámos a marmita e lá fomos rumo às montanhas.

Fomos directos ao Echo Point, o miradouro principal com vista panorâmica sobre as montanhas e as Three Sisters (imagem acima), imagem de marca das Blue Mountains. As Three Sisters são uma formação de rochas de formato peculiar, que segundo uma lenda aborígene, representam 3 irmãs que foram transformadas em pedra.

A vista é mesmo de cortar a respiração. Ali encontrámos o ponto de partida para a Giant Stairway e começámos o percurso para baixo. São nada mais nada menos que 900 degraus bem íngremes até à base das Three Sisters, alguns meio toscos de pedra, outros de ferro. É um percurso longo e cansativo, mas há sempre corrimões para nos apoiarmos e várias zonas com banquinhos, para descansar as pernas e apreciar a vista.

Confesso que o início do percurso não me inspirou muita confiança...
Ele a caminho e ela sentada na zona de descanso, a recuperar energias para outro lance de escadas.
A um ponto da descida estávamos mesmo ao lado de uma das "Sisters".
O ponto que assinalava o meio do percurso. Só mais 450 degraus!
Já lá em baixo seguimos para o Scenic Railway, o comboio que nos levaria de volta ao topo.

2.5 km? Minhas ricas perninhas!
Na base :)
Por esta altura já o cansaço se fazia sentir, por isso a zona de picnic junto à base da cascata de Katoomba pareceu-nos uma miragem. Ali ficámos a almoçar tranquilamente ao som da água a correr.


Chegámos à estação do Scenic Railway e ficámos a ver os turistas a embarcar no comboio ao som da música do Indiana Jones (hahaha!), e os da carruagem de baixo a gritar enquanto subiam a montanha. Diz que, por a pista ser tão íngreme, é uma experiência radical.

Scenic Railway
Foi aqui que ele me deu a volta, que "só os velhinhos é que iam no comboio e que a experiência a sério era voltar a subir a pé". Não sei como é que caí nessa mas a verdade é que minutos depois estávamos a começar a subir os Furber Steps.

Acho que me arrependi logo ao fim do primeiro lance de escadas...
Não vou mentir, esta parte custou mais e tive que parar em todos os pontos de descanso. Mas também é verdade que se não tivéssemos subido a pé tínhamos perdido os pontos mais bonitos deste passeio.

Katoomba Falls, já mais acima
Um percurso maravilhoso pela Natureza
O Skyway
Foi um bom dia para mudar de cenário, para nos desligarmos do mundo e relaxar. Mas só até ao dia seguinte, quando as pernas se começaram a queixar do esforço :)
Muito ficou ainda para ver, por isso esperamos voltar outra vez (de preferência para um percurso com menos degraus!).
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