Sydney Opera House

Sydney Opera House

Despedidas (onde é que eu já vi este filme?)



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Esta semana 8 colegas acabaram o curso. Oito é mais de metade da turma! O que significa que vêm novos alunos e eu ainda nem me tinha enturmado bem com estes.
A turma do IELTS é diferente, a maior parte das pessoas estão lá porque precisam mesmo de conseguir uma boa pontuação no teste. Nesta turma pratica-se e estuda-se, não há cá convívios nem passeios. Muitos dos colegas nem saem da sala no intervalo do jantar. E assim mal nos conhecemos.
Tenho tantas saudades da turma que conheci nas primeiras semanas e das aulas divertidas do outro curso. Mas aquela turma já não existe, estão-se todos a ir embora... Menos eu.

Entretanto apercebi-me que já só tenho mais 4 semanas de aulas. E depois??
Bolas que o tempo aqui passa mesmo depressa...

Desmistificando



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(Porque hoje estou num dia não e nem tudo é perfeito em Sydney)

Aqui também há lixo nas ruas.
Aqui também há sem-abrigo e pedintes no centro da cidade.
Aqui também há bêbados a dormir na paragem do autocarro com uma garrafa de vinho ao lado.
Aqui também há gajos com ar manhoso na estação de comboios a pedir "só $1 para comprar o bilhete". 
Aqui também há crise no sector imobiliário.
Aqui também há trabalho precário.
Aqui os patrões também exploram e enganam os empregados estrangeiros.
Aqui também há estágios não remunerados .


Aqui já enviei uma quantidade astronómica de currículos.
Aqui respondo a anúncios novos todos os dias.
Aqui já trabalhei de borla.
Aqui ainda não encontrei um trabalho decente :/

Mistééééééério...



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Há umas semanas reparei que faltava uma coisa na minha gaveta.
Virei o quarto do avesso, remexi tudo e não encontrei o que procurava. Não é que fosse uma coisa assim tão importante, mas incomodava-me um bocadinho pensar que alguém podia ter guardado uma coisa daquelas, das minhas.
Entretanto esqueci o assunto. Pensei que mais tarde ou mais cedo aquilo iria aparecer e que não havia motivos para andar a pensar quem o teria guardado por engano (só podia ser um engano).
Mas não, o tempo passou e continua a não haver sinal. E agora? Vou perguntar ao pessoal da casa se não viram uma das minhas cuecas por aí? (salvo seja)
É que não eram umas cuecas velhas de algodão, eram umas muito giras e em bom estado e eu até gostava muito delas. Além disso aqui na Austrália só se encontram cuecas tipo "avó" e não são propriamente baratas.
Que raio...

Despedidas, entrevistas e correrias



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3 meses depois podia dizer que já tenho um grupo de amigos na Austrália.
A verdade é que houve uma ligação com alguns dos colegas do primeiro curso de inglês e criou-se um bom grupo de amigos que se manteve mesmo depois de alguns terem mudado de turma e outros saído da escola.
Mas ontem foi noite de despedida do italiano. Vai para a Tasmânia umas semanas e depois volta à Itália. Juntámo-nos todos para um "até já" e fizemos planos de nos voltarmos a encontrar um dia algures na Europa, já que a maioria somos europeus.
O espanhol disse que este era o primeiro "membro da família" que víamos partir e eu não pude deixar de pensar que provavelmente irei vê-los a todos, um por um.

Entretanto, a vida continua e eu no corre corre do costume. Ontem houve mais um trial num café em North Sydney. Ligaram-me às 12h para estar lá às 13h. Foi comer qualquer coisa à pressa, mudar de roupa e correr para o comboio. Depois saio a correr para chegar a tempo às aulas, a cheirar a tostas e sem ter tempo de comer. No intervalo lá fui buscar umas fatias de pizza. Não tenho comido muito bem por aqui e já sinto as calças a escorregarem-me do rabo, o que não é nada bom sinal para uma lingrinhas como eu.
Hoje nova entrevista na cidade para um trabalho de sandwich hand. Acho que não vou ter sorte com este, porque o chefe fartou-se de repetir que queria alguém com mais de 2 anos de experiência. Sim, porque isto de fazer sandes não é para qualquer um, há que dominar bem a arte. Depois da entrevista corro para apanhar o autocarro de volta a casa, para mudar de roupa para ir fazer um trabalho de limpezas. Mas já não fui a tempo, fui substituída. Bom, ao menos assim hoje consigo almoçar!

Com tanta correria, tanta chatice para encontrar um trabalho decente e com o peso das saudades a aumentar, tenho andado um bocadinho rabugenta e intolerante. É por isso que perco a cabeça quando vou lavar a roupa e não tenho onde a estender porque alguém ocupou todos os 4 lados do estendal gigante que há no quintal, ou quando vou tomar banho e percebo que alguém esteve a dar banho ao cão e não limpou a banheira a seguir, ou quando chego a casa à noite e ele ainda não chegou do trabalho porque anda a fazer demasiado overtime.
Faço o melhor que posso, mas neste momento têm que me dar um desconto...

Beijinhos e abraços



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imagem: we ♥ it

Aqui não se usam os 2 beijinhos na cara como estamos habituados em Portugal. O cumprimento aqui é um beijo seguido de um pequeno abraço.
É estranho, porque para mim não é natural abraçar alguém que acabei de conhecer.

Sempre que me apresentam uma pessoa ou que encontro alguém conhecido, fico sempre a pensar como devo cumprimentar. Ainda por cima com tantas nacionalidades por aqui, ainda se torna mais complicado. Muitas vezes ficamos a olhar uns para os outros e ninguém sabe bem o que fazer! :)
Eu faço assim: com os portugueses e os colegas europeus, são 2 beijos. Com os brasileiros e com os ozzies é o tal beijo e abraço. Se for uma situação mais formal, ou se estiver na dúvida, avanço com um "passou bem" e pronto, assunto arrumado.

Ainda tenho que me habituar a essa coisa do abraço. Não que eu tenha alguma coisa contra abraços, pelo contrário, mas ainda me soa estranho quando não se tratam de amigos muito próximos...

3 meses de Austrália e a minha "sorte"



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Ontem precisei de imprimir mais uns documentos e como não tenho impressora em casa, andei à procura de um sítio barato nas redondezas. Entrei numa loja de cópias e depois de ser atendida fiquei à conversa com o senhor, que dizia também ter descendência portuguesa.

Eu que nunca fui de dar conversa a desconhecidos, aqui dou trela a toda a gente. Já fiquei a falar da vida com uma miúda daquelas campanhas de solidariedade que me abordou na rua, com um senhor na caixa do supermercado, com a menina do stand de maquilhagem do shopping, ... Enfim, devo-me sentir tão lonely que qualquer pessoa que me dirija a palavra consegue a minha atenção.

Mas voltando à loja das fotocópias, conversa para cá conversa para lá, "então o que é que fazias em Portugal"...e quando disse que era designer, o senhor pergunta-me se queria um trabalho.
"Claro que sim", respondi eu sem perceber que aquilo era uma oferta. Então deu-me um cartão e disse-me que passasse por lá com o meu portfolio.
Deixei um dos currículos que trago sempre na mala, agradeci e despedi-me, incrédula. Não queria acreditar que depois de tanto procurar me aparecia uma oportunidade assim de mão beijada.
Hoje peguei no portfolio e voltei à loja. Desta vez já não achei tanta piada à conversa, apanhei uma seca de 2 horas e meia, que o homem não se calava. Pelo meio da "entrevista" atende o telefone e percebi que era alguém a cobrar uma dívida, pois o senhor dizia que pagava no dia tal, mesmo que não pudesse pagar tudo dava o que tinha. Oh God, só me saem é duques...
Depois do telefonema confirmou-me que estava com dificuldades nalguns pagamentos, que queria ter uma pessoa na loja para ter tempo de divulgar melhor o negócio, que tinha muito potencial e blablabla... Então queria uma ajuda na loja, mas só umas 2 manhãs por semana e eventualmente podia arranjar-me uns trabalhos de design. Ficou combinado ligar-lhe no sábado para ir aprender a trabalhar com as máquinas. Mas sinceramente, o entusiasmo inicial transformou-se em desconfiança e já não sei se me apetece...

Vou para apanhar o autocarro, já atrasada para o curso à conta do paleio do senhor das fotocópias, quando uma velhinha me pede para ver no horário a que horas passava o 352. Nesse preciso momento em que estava de costas, o meu autocarro passou e eu não o vi. Eu que pensava que as boas acções eram recompensadas...afinal parece que não.

A seguir recebo um telefonema para ir a mais uma entrevista amanhã. O que será que vai sair desta? Aguardam-se as cenas do próximo episódio...

Era só o que me faltava!



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imagem: we ♥ it


Na quinta-feira passada acordei com uma constipação como há muito não tinha.
Passei na farmácia, que aqui é uma espécie de supermercado e no balcão só se pedem os medicamentos com receita médica. Depois de muito olhar para as várias embalagens, de pegar numa e noutra, de pensar "levo esta" e logo a seguir mudar de ideias, lá decidi que comprimidos ia levar. Não me perguntem qual foi o critério de selecção, que nem eu sei bem...

Nesse dia andei tipo zombie, com um cansaço esquisito e meio aluada.
No dia seguinte, ainda adoentada, toca a acordar às 6 da manhã para ir trabalhar para o café. Às 3 da tarde saio de lá a correr para chegar a tempo a uma entrevista às 3.30h. Às 4.30h voei para uma outra que apareceu nos entretantos. Às 6.00h chego à escola e levo uma reprimenda do professor porque faltei à primeira parte do teste que havia nesse dia. Por incrível que pareça, no fim do dia já me sentia melhor. Mais tarde percebi que devia estar apenas dormente...

Os sintomas voltaram em força no sábado. Para mim e também para ele, que isto quando um está doente o outro apanha logo a seguir. E hoje, segunda-feira, ainda duram! Que raio! Querem lá ver que os medicamentos aqui não funcionam?

Post de gaja (rapazes, passem à frente sff)



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Nem tudo é fácil e divertido quando se mora num país novo. Então para nós mulheres, se há coisa capaz de nos estragar o dia, num "daqueles dias", é não encontrar as marcas a que estamos habituadas.
Ir ao supermercado pode ser muito giro quando ando no corredor dos cereais a decidir qual deles vou experimentar desta vez. Mas no que toca aos produtos de higiene feminina, experimentar marcas desconhecidas não tem piada nenhuma.

Recentemente dei por mim a lembrar com saudade aquele anúncio ridículo de pensos higiénicos onde uma senhora de vermelho dizia "Olá, eu sou a tua menstruação!".
Aqui deste lado do mundo não há Evax. E de repente parece que recuei uns 12 anos no tempo, quando fui apresentada ao maravilhoso mundo das mulheres e os pensos ainda eram grossos e desconfortáveis.
Na primeira tentativa em terras australianas comprei uma embalagem de pensos "extra-finos" que afinal de finos não tinham nada. A segunda tentativa também não me convenceu. Espero que à 3ª seja de vez. As colegas do curso queixam-se do mesmo.
Tenho que esperar pela minha amiga S. que mora cá há 2 anos mas está agora de férias em Portugal, para me aconselhar nessa matéria. Ao menos nos tampões acertei à primeira...


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Continua a saga da procura de emprego.
Depois de uma entrevista bem sucedida na semana passada, fui fazer um trial num café das redondezas. No primeiro dia tive um colega simpático a explicar-me as funções (preparar a montra dos bolos, fazer sandes e hamburguers, lavar a loiça e manter o espaço limpo). No segundo dia fiquei entregue aos bichos. O colega estava de folga e o patrão mandou vir uma amiga para fazer os cafés. What a bitch! A menina não apontava os pedidos para mim como era suposto, deu-me instruções erradas e na hora de almoço, em que eu andava às voltas para tratar de todos os hamburguers, wraps e bacon&eggs que tinha ao mesmo tempo, ainda me dava mais umas tarefas para "ajudar".
Contei os minutos até à hora de me ir embora. O patrão diz que me dá o trabalho mas é casual, o que quer dizer que só sou chamada quando for preciso. O ordenado é poucochinho.

Saí do café e enfiei-me no autocarro para as aulas. Tive vontade de chorar mas aguentei-me. Pela primeira vez desde que cá estou tive vontade de voltar (felizmente esse pensamento passou uns minutos depois).

Esta semana mudei de curso. O professor aconselhou-me a mudar para o nível avançado e eu escolhi o curso de preparação para o IELTS. Apesar de não estar nos meus planos fazer o teste, sempre aprendo mais do que no curso geral onde estava.
A turma é mais madura, a maior parte dos colegas precisam do IELTS para o reconhecimento da profissão aqui. Há um médico e uma enfermeira na turma.
O nível é muito mais exigente. Estas aulas não são tão divertidas, é preciso concentração, fala-se de cultura, de política e da actualidade. E há trabalhos de casa!
Acabou-se a brincadeira, agora estudas a sério que te lixas...
Quando a professora chamou por um "jôáo" pensei logo que finalmente ia encontrar um conterrâneo. Enganei-me, o João é brasileiro. Nem o Carlos, o Rodolfo, a Patrícia ou o César. Ou são brasileiros ou espanhóis. Tenho saudades da minha antiga turma, mas estes colegas também são porreiros.

Há que ir conhecendo pessoas novas, porque já falta pouco para se irem embora dois amigos do meu grupo daqui. Já disse que hoje tive vontade de chorar?
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