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Gravidez na Austrália



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Quando soube que estava grávida, depois da euforia inicial veio a preocupação do "e agora?". Apesar de já termos falado e pesquisado sobre o assunto muito antes, e de eu achar que estava muito bem informada, afinal ainda havia uma série de coisas que não sabia como funcionavam na Austrália. Uma das coisas que me fez mais confusão foi a quantidade de opções disponíveis para o acompanhamento da gravidez e parto, e o facto de termos que escolher uma delas logo desde cedo.
Na verdade acho que é óptimo que existam opções para todos os gostos e carteiras, mas foi um bocadinho intimidante tomar essa decisão.

No sistema público os custos da gravidez são quase nenhuns. As consultas, exames e ecografias são quase todos cobertos pelo Medicare. No entanto, há uma série de opções disponíveis:

Sistema Público - Antenatal Clinic
Este é o acompanhamento que a maior parte das grávidas que optam pelo público recebe. As consultas são na Antenatal Clinic do Hospital, onde as grávidas são atendidas ou por uma parteira (midwife) ou por um obstetra. Aqui a grávida não recebe o acompanhamento do mesmo médico/parteira durante toda a gravidez, é atendida por quem estiver de serviço nesse dia, tal como no parto.

Sistema Público - Shared Care
Para quem prefere um acompanhamento mais personalizado dentro do sistema público, há a opção de fazer o acompanhamento da gravidez de forma partilhada, entre o GP (médico de família) e o Hospital. Para isso é preciso que o GP escolhido tenha especialidade nessa área. Assim, algumas consultas serão no consultório do GP, outras no Hospital da área de residência da grávida. O parto é efectuado pelas parteiras/obstetra que estiverem de serviço nesse dia no Hospital.

Sistema Público - Midwifery Group Practice
Alguns hospitais têm um serviço chamado Midwifery Group Practice, em que um pequeno grupo de parteiras recebe um certo número de grávidas por mês, com quem fazem um acompanhamento mais personalizado. A grávida é atribuída a uma parteira (normalmente trabalham em equipas de duas) que fará todo o acompanhamento da gravidez e estará on-call para o parto.
Este serviço só está disponível para gravidezes de baixo risco, já que o acompanhamento é feito apenas pelas parteiras e a grávida só será encaminhada para um obstetra em caso de alguma complicação. No entanto, todos os casos são supervisionados por um obstetra do Hospital. As vagas são limitadas por isso é preciso fazer a inscrição o mais cedo possível.

Sistema Público - Birth Center
Este serviço é indicado para quem pretende ter um parto o mais natural possível, com o mínimo de intervenções médicas e sem anestesia, num ambiente mais familiar e com menos ar de hospital (embora seja localizado dentro do Hospital).
Como o acompanhamento e parto são feitos apenas por parteiras, também é um serviço que só está disponível para gravidezes de baixo risco e que requer inscrição desde cedo.
Em caso de complicações no parto, a grávida terá que ser transferida para o bloco de partos (Labour Ward), já que o Birth Center não está preparado com todos os equipamentos médicos que podem ser necessários.

Sistema Privado
Quem opta pelo sistema privado geralmente tem seguro de saúde com cobertura de gravidez, e deve ter em conta o período de carência (normalmente 12 meses).
A grávida deve escolher um obstetra para a acompanhar durante toda a gravidez e no momento do parto. O parto será num Hospital com quem o médico escolhido trabalhe, que tanto pode ser público ou privado.
Em termos de custos, além do seguro de saúde a grávida tem que pagar a taxa do obstetra e anestesista para o parto e todas as consultas e exames. O seguro apenas cobre a estadia no Hospital, que geralmente garante um quarto privado.


Sobre a nossa escolha
Sendo que eu não tinha problemas de saúde, que sempre tivemos boas experiências anteriormente no sistema público, e que para mim era importante que o parto fosse num hospital público, decidimos que essa seria a melhor opção para nós.
Inicialmente pensei optar pelo Shared Care e manter o acompanhamento com a GP querida que já conhecia há algum tempo. Mas quando fui marcar a consulta para confirmar a gravidez descobri que ela tinha mudado de centro de saúde e por isso tive que mudar de médica, e esta nova não faz acompanhamento da gravidez.
Para mim era importante ser seguida pela mesma pessoa durante todo o processo, por isso quando ouvi falar no Midwifery Group Practice do Hospital na minha área de residência liguei logo para me inscrever. Demorou umas 3 semanas até saber que tinha sido aceite no programa. Conheci a minha Midwife por volta das 15 semanas de gravidez e tenho o número de telemóvel dela para ligar sempre que precisar, o que me deixa mais descansada. Depois também vou ter apoio em casa nas semanas após o parto, o que é óptimo para quem é inexperiente e está longe da família.

Para já estou muito satisfeita com o acompanhamento que tenho recebido. As consultas têm corrido bem, o Hospital parece estar bem equipado e temos à nossa disposição uma série de aulas e workshops sobre a gravidez, preparação para o parto, amamentação, etc.
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