Sydney Opera House

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Meet our new home



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É aqui nesta casa que moramos agora, perto da praia de Coogee.
A casa está dividida em pequenos apartamentos, todos alugados por malta jovem. Nas traseiras temos uma lavandaria comum, que consiste numa máquina de lavar velhota, daquelas com a porta por cima, que nos cobra $3 por lavagem, só com água fria. Secamos a roupa no estendal "comunitário" do backyard . Aos sábados de manhã o pessoal põe os cestos em fila, o que às vezes implica acordar cedo para conseguir tratar da roupa antes que os estendais estejam todos ocupados.

O nosso T0 é humilde mas confortável. Basicamente é uma cozinha, um wc e um quarto/sala.

A cozinha

O "quarto"

A "sala"

Em dias de calor, quando saímos cedo do trabalho, podemos chegar a casa, mudar de roupa e ir até à praia, como fizemos na semana passada. São 5 ou 10 minutos a pé :)

Até agora o único motivo de queixa são os vizinhos do lado, um casal que passa a vida a discutir e que de vez em quando fazem umas festarolas a meio da semana. Mas como não é assim tão frequente, ainda não nos chateámos. Tentamos seguir a máxima australiana do no worries...

Coogee é uma zona muito gira para morar. A praia tem um "calçadão" e uma zona de relva de ponta a ponta, com mesas e barbecues públicos. Na rua principal há uma série de restaurantezinhos baratos e bares da moda, e as noites de fim de semana são sempre animadas.
A nossa rua é numa zona residencial, mais calma, por isso estamos fora da confusão. Ainda assim, podemos ir passear junto à praia ao fim de semana, comer um brunch num domingo de preguiça ou ir beber um copo ao pub, sem nunca ter que pegar no carro. Adoramos!
Só o que não é lá muito giro é o facto de esta zona ser cheia de subidas e descidas, o que faz com que eu chegue ao autocarro com a língua de fora logo pela manhã, depois de subir a ladeira para chegar à paragem. Mas isso agora não interessa nada...

Agora queremos é que o calor se instale de vez para podermos aproveitar a proximidade da praia e as noites quentes de verão. Afinal, o contrato de arrendamento é só por 6 meses e nunca se sabe onde iremos parar a seguir...

Aventuras na cozinha



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Há uns dias atrás, apareceu um cliente lá no café a perguntar se não tinhamos portuguese tarts. Eu fiquei com a pulga atrás da orelha e nesse dia vim para casa decidida a fazer uma fornada de pastéis de nata para matar as saudades. Por azar a receita que tinha e que dava uns mesmos parecidos com os da pastelaria ficou em Portugal, por isso tive que usar uma da net. Resultado, eles até sabiam bem, mas de pastéis de nata não tinham nada...

Adiante, guardei as claras e ontem achei que era boa ideia experimentar uns suspiros, esse doce diabólico que em muitas tentativas, comigo nunca tinha resultado. Mas desta vez consegui, mesmo com a minha rústica batedeira à manivela (que entretanto se partiu no meio do processo). 
Consegui fazer uns suspiros secos e estaladiços por fora e fofinhos por dentro, como os que a minha mãe fazia.

Mom would be so proud...

O problema é que depois ele disse que não gostava de suspiros e agora tenho 3 caixas daquilo para comer sozinha e já estou a ficar enjoada. Sugestões?

Diálogo de rapazes de 13/14 anos no autocarro



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Rapaz 1: Como é que dás o nó na tua gravata? Usas o método windsor?
Rapaz 2: Não, half-windsor.
Rapaz 1: Ah, eu prefiro o windsor, o nó fica mais grosso.
Rapaz 3: Mas esse só dá em gravatas compridas não é?

Ah pois é, miúdos imberbes a falar de gravatas como se fossem homens. É que aqui usam-se fardas na escola e os rapazes aprendem a fazer o nó da gravata logo desde pequenos.


Ficam tão giros com as fardas da escola. Detesto vir no autocarro depois das 16h porque vem sempre cheio de miúdos, mas acho piada ver as fardas diferentes e os penteados das meninas, sempre com uma fitinha da mesma cor no cabelo.

Um pouco de emoção num dia banal



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Era um dia normal no café com a agitação habitual da hora de almoço. 
De repente ouve-se uma sirene e começa a descer do tecto uma tela corta-fogo a separar o edifício onde trabalho do outro ao lado (têm um átrio comum onde está o café). Pouco depois houve-se pelos altifalantes: 
"Evacuation in process. Please proceed to the nearest exit.".
Começam a sair pessoas aos magotes dos elevadores e a dirigirem-se para a rua. 
Sem gritos, sem confusão nem palhaçada, apenas pessoas a sair ordeiramente do prédio. 
Os clientes que estavam sentados também saíram e nós fomos atrás.

Nem 5 minutos depois chegam os bombeiros. Mas uns bombeiros, se faz favor, nada a ver com o típico bombeiro voluntário português. Aqueles pareciam saídos de um filme. Todos altos, loiros e espadaúdos. Assim tipo este


Mas mais vestidos, vá.

Claro que foi falso alarme e minutos depois vieram dizer que não havia perigo e que podíamos voltar a entrar.

Nunca na vida tinha visto nem sequer uma simulação de algo deste género acontecer de forma tão calma e ordenada. É que ninguém questionou se aquilo era a sério ou não, toda a gente largou o que estava a fazer e saiu. O meu patrão diz que aqui podemos ser multados se não sairmos ao sinal de evacuação. Em Portugal aposto que a maioria ignorava o alarme...

É o fungágá



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Já sabia que a Austrália é um país rico em bicharada de toda a espécie, mas acho que ainda não tinha tido nenhum encontro imediato com os “locais”. Até ontem.

Estava eu no meu quinto sono quando acordo com uma sensação de formigueiro na mão. Alguns segundos depois percebi que aquilo afinal pareciam mais umas patinhas a andar na minha pele. Sacudi a mão vigorosamente, ouvi qualquer coisa a cair para o chão e levantei-me da cama em pânico a gritar “Aranha! Está aqui uma aranha!”.
Acendi a luz e fui à procura da criatura, já com a lata de spray na mão, enquanto ele continuava a dormir como se não fosse nada. Mas como o bicho era resistente, lá teve que se levantar para lhe dar a chinelada final.

Não era uma aranha. Não sei que bicho era aquele, uma coisa assim meio barata, meio aranha, meio gafanhoto. Grande, feio e nojento. Blhéck! Não ganhei para o susto. 
E claro que passei o resto da noite cheia de comichões...


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Aqui a Primavera começou a 1 de Setembro. Foi um dia de chuva.

Entretanto, até agora, temos levado com vento, chuva, alguns dias de sol mas ainda fresquinhos, e muitos aborrecidos dias nublados. E eis que de repente, bang! 30 graus e um sol abrasador. Finalmente pusemos os pés na praia!

Ao mesmo tempo, as lojas e supermercados enchem-se de decorações de Natal, o que me faz um bocado confusão. Ainda me estou a habituar à ideia do Natal no Verão...


Mas para acabar com o entusiasmo, diz que 3ª feira temos chuva outra vez. Bolas!

O que é que não me acontece?



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Eu sempre fui um íman de problemas ridículos. Não sei porquê, mas é frequente ver-me envolvida em situações inacreditáveis, em que sem culpa nenhuma acabo por ter que me chatear.
Aqui na Austrália acho que ainda não me tinha acontecido nada até agora. 8 meses, já estava na hora, não é?

Quando mudámos de casa disseram-nos que tínhamos que pôr as contas em nosso nome, à excepção da água (que aqui é sempre incluída nas rendas). E assim fiz.
Duas semanas depois, recebo uma conta astronómica do gás. Ligo para a companhia, que devia haver algum engano, que aquele valor era impossível, mas dizem-me que não, que o valor é consistente com os últimos registos.
Damos umas voltas à casa e encontramos um único contador de gás. Parece que estamos a pagar por todos os inquilinos da casa. Porreiro, está explicado!
Ligo para a imobiliária a quem pago a renda e pergunto porque raio me mandaram pôr o gás em meu nome se só há um contador. Dizem que não, que é impossível, que cada apartamento tem um contador individual. Mando vir o agente cá a casa mostrar-me os tais contadores "fantasma". Ele vem, olha para o único contador existente, mostramos-lhe os canos a entrar em cada apartamento todos ligados ao mesmo, e ele vai-se embora com o rabinho entre as pernas, a dizer que ia investigar a situação.
No dia seguinte liga-me a dizer que o senhorio vai pôr o gás em nome dele a partir de agora, mas que nós temos que pagar as facturas anteriores.
Hein?? Como é que é? Então por causa da incompetência da imobiliária, que me deu instruções erradas, vou ter que pagar um mês de gás dos meus vizinhos todos? E nem um pedido de desculpas nem nada?
Contei até 1000, respirei fundo e enviei um email muito cordial a dizer que lhes ia enviar a factura final para o senhorio me pagar, até porque está escrito no contrato (e na lei) que ele é responsável pelo pagamento de tudo o que não tenha contador separado, e que agradecia a colaboração da imobiliária na resolução deste assunto. A resposta que tive foi que não é verdade que o contador seja da casa toda (oi?) e que o senhorio já está a ser razoável ao assumir as contas daqui para a frente (diz que não sabem bem porquê). Hello???

O que é que acham? Vou-me a eles?


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Antes de vir para cá pesquisei muito sobre a vida na Austrália.
Achava o máximo o facto de aqui se começar a trabalhar cedo de manhã e estar despachado às 16h. Pensava que isso sim era qualidade de vida, sair do trabalho e ter tempo para ir às compras, levar os filhos ao parque, beber um copo numa esplanada, um espectáculo!
Agora que estou aqui, parece que já não tenho a mesma opinião...

Senão vejamos, o meu dia começa às 5.45h da manhã, quando toca o despertador. Tomo o pequeno almoço, visto-me e saio de casa às 6.15h. Apanho o autocarro para a cidade às 6.25h. Às 7.00h já estou no café onde trabalho.
Passa-se mais um dia. Raramente saio às 15h como era suposto, costuma ser sempre perto das 16h.
Se não tiver que ir a lado nenhum antes de ir para casa, consigo chegar às 17h. Tomo banho, 17.30h. Passo uma hora na net ou a ver televisão. Às 18.30h faço o jantar. Comemos às 19.00-19.30h. Vê-se mais um bocadinho de televisão ou fala-se no skype para Portugal. Num instante são 21h e eu estou a cair para o lado com sono, coisa que em Portugal não acontecia antes da meia noite (e tal).

Hmmm? Onde é que está o tal tempo livre que dava para fazer tanta coisa? Não sei o que é que se passa neste lado do mundo mas nós aqui não podemos passar sem pelo menos 8 horas de sono. Por isso tivemos que ajustar os nossos horários de maneira a conseguirmos deitar-nos suficientemente cedo. Como as crianças.
Qualidade de vida hein...


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Ser emigrante não é fácil. Ser emigrante a mais de 16000 km de casa é ainda mais difícil.

As saudades ainda se contornam com o skype, os emails e telefonemas ocasionais, mas há situações em que nos sentimos tão pequeninos e impotentes, que nos questionamos se seremos egoístas por ter vindo assim para tão longe.

É difícil saber que há alguém doente do outro lado e não poder estar lá. É assustador pensar que de um momento para o outro tudo muda e que estamos tão distantes dos nossos familiares e amigos.

Nestes momentos percebemos que a nossa casa será sempre lá, onde eles estão. ♥
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